N.º 38 | 11.12.2022

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N.º 37 | 17.04.2022
Perspectiva Saudita: Os EUA estão errados ao jogar “equilíbrio” no Oriente Médio, o que a China escolheria?
Mohammed Al Yahya
Fellow do Hudson Institute, EUA, e ex-Editor-chefe da rede de língua inglesa da Al Arabiya Satellite Television

伊朗协议明显不利于沙特,更不用说美国在该区域的另一个最大盟友以色列了。它用一个合作体系取代了以前由美国主导的区域安全体系。在该体系中,伊朗成为美国的新代理人,而美国以前的盟友海湾国家和以色列则被降为次要角色。

É necessário que as empresas chinesas se refiram à experiência americana e japonesa ao lidar com a Indonésia.
Xue Hongyi
Observador do Sudeste Asiático
2022年初有两大经济新闻,都围绕印尼在国际经济的角色以及所采取的能源与贸易政策。因此,有必要深入了解其经济状况以及未来影响。中国与印尼之间在许多领域的互补和相互需要,将持续拉动两国的经贸发展。但同时,中国对印尼的研究和了解却远远不足。

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N.º 32 | 11.03.2022
Os mascotes dos Jogos Olímpicos de Inverno e Paraolímpicos de Pequim 2022 Bing Dwen Dwen e Shuey Rhon Rhon são vistos em Beijing nesta foto tirada em 12 de janeiro de 2022. [Foto/IC]
A importância da relação estratégica sino-russa
Yu Bin
Yu Bin (于滨) é pesquisador sênior do Centro de Estudos Russos da Universidade Normal da China Oriental e professor de Ciência Política da Universidade de Wittenberg.

Contexto

Com os EUA em um impasse cada vez maior com a China, a presença militar estadunidense na Ucrânia e a crise Rússia-Ucrânia delineada, a reunião de 4 de fevereiro em Beijing entre Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin despertou muita atenção na China e fora dela. Durante essa reunião, Xi enfatizou "[O] compromisso entre a China e a Rússia de aprofundar a coordenação estratégica e manter equanimidade internacional e justiça lado a lado diante das mudanças profundas e complexas na situação internacional". Em seu artigo, Yu Bin compara e analisa as diferenças entre a política externa dos EUA em relação à Rússia e à China, explicando por que é tão importante manter as relações sino-russas.

Pontos-chave

  • A posição austera dos EUA em relação à China deriva não apenas do chamado consenso bipartidário, mas também de um subconsciente social bastante arraigado e racializado.
  • O establishment estadunidense nunca desistiu de seus esforços para trazer a Rússia de volta à órbita ocidental. Desde o colapso da União Soviética, todos os presidentes dos EUA iniciaram seu mandato com uma "reinicialização" das relações com a Rússia, em paralelo a um processo de estagnação, regressão e deterioração das relações EUA-China.
  • A ponderação política do establishment dos EUA é enfraquecer e dividir o máximo possível a relação sino-russa e, assim, retornar a uma posição dominante no jogo entre os três países.
  • Alguns políticos dos EUA têm apontado que a competição sino-estadunidense é uma luta entre duas civilizações e duas raças, algo que os EUA nunca enfrentaram antes. A rivalidade com a União Soviética durante a Guerra Fria foi, de certa forma, uma "luta dentro da família ocidental" (Kiron Skinner).
  • As comunidades acadêmicas e políticas dos EUA sempre "valorizaram a Rússia em detrimento da China". Entre os principais formuladores de políticas de Segurança Nacional e Negócios Estrangeiros dos Estados Unidos, existem muitos especialistas na União Soviética, tais como Henry Kissinger, Zbigniew Brzezinski e Condoleeza Rice. No entanto, os especialistas estadunidenses em China nunca subiram ao topo da hierarquia da elaboração de políticas públicas.
  • Diante das táticas de supressão e desassociação dos EUA, a China e a Rússia precisam permanecer vigilantes. A Rússia e a China excluíram amplamente fatores ideológicos de suas relações bilaterais e estão, de fato, defendendo o moderno sistema de Estados soberanos baseado na não interferência nos assuntos internos de outros países.

Resumo

De acordo com Bin, uma das razões fundamentais para os EUA tratarem a China e a Rússia de maneira diferente é o nível de "ameaça" que cada país representa para os estadunidenses. A China é vista como uma ameaça a longo prazo, abrangente e estratégica para os EUA, enquanto a Rússia é considerada um "problema" de curto prazo, regional e relacionado à segurança. É provável que os EUA não desistam dos esforços para minar as relações sino-russas. Portanto, a China não deve menosprezar o melhor momento da parceria estratégica sino-russa da história, continuando, ao invés disso, a melhorar as relações econômicas entre os dois países, bem como a fortalecer os laços entre os dois povos.

O Embaixador Qin Gang fala sobre os Jogos Olímpicos de Inverno e Xinjiang em entrevista à NPR
Qin Gang
Qin Gang (秦刚) é o décimo-primeiro embaixador chinês para os EUA, assumindo seu novo cargo em 28 de julho de 2021, e serviu como vice-ministro das Relações Exteriores da China.

Contexto

Em 27 de janeiro, Qin Gang, embaixador chinês para os EUA, foi entrevistado pela "Morning Edition" da NPR sobre os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing, Xinjiang e Taiwan, relações EUA-China, e outros assuntos. A entrevista foi conduzida por Steve Inskeep, da NPR.

Pontos-chave:

  • Para garantir um evento simples, seguro e esplêndido, os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing incluem um mecanismo "de circuito fechado" de prevenção da pandemia para atletas e pessoal, além de energia verde em todas as instalações, tecnologia avançada de produção de gelo e emissões quase nulas de carbono.
  • Se você quer saber se um país tem liberdade e direitos humanos, então tem que perguntar ao povo desse país. Pesquisas realizadas tanto pela Harvard Kennedy School quanto pelo Edelman mostram que mais de 90% do povo chinês está satisfeito com seu governo.
  • No caso de Xinjiang, as pessoas que violam a lei são levadas à justiça e algumas enfrentam a prisão. Para aqueles que são influenciados pela ideologia extremista, o governo chinês criou centros de educação e treinamento para fornecer formação em idiomas, legal e profissionalizante, permitindo-lhes ganhar a vida decentemente e evitando que sejam arrastados para o extremismo e o separatismo.
  • A população uyghur mais que duplicou de tamanho nos últimos 40 anos; a expectativa média de vida nos últimos 60 anos aumentou de 30 para 72. Os chamados "genocídios" ou "trabalhos forçados" são mentiras construídas para fins políticos.
  • O público chinês tem amplo acesso à informação com mais de um bilhão de usuários da internet, a qual o governo chinês regulamenta para proteger o interesse público. O governo consulta o público antes de cada grande decisão e tem múltiplos canais para coletar e ouvir a opinião pública e as críticas.
  • A questão de Taiwan é o "maior barril de pólvora" entre os EUA e a China. Se as autoridades taiwanesas continuarem a pressionar pela "independência de Taiwan" com o apoio dos EUA, é provável que isso atraia as duas maiores potências para o conflito militar.

Resumo

De acordo com Qin Gang, as relações sino-estadunidenses estão em um momento desafiador. O povo chinês, incluindo seus líderes, acredita que esta relação bilateral é uma das mais importantes, e a China está disposta a promover ativamente sua melhoria. O princípio de "uma China única" é o fundamento político desta relação, e evitar a guerra e o conflito é o maior denominador comum entre os EUA e a China. Ambos os lados devem trabalhar juntos para deter as forças da "independência de Taiwan" e promover a reunificação pacífica através do Estreito de Taiwan.

Por que o encolhimento demográfico da China não afetará as perspectivas econômicas
Lin Yifu
Justin Lin Yifu (林毅夫) é decano do Instituto de Nova Economia Estrutural, decano do Instituto de Cooperação e Desenvolvimento Sul-Sul e professor e decano honorário da Escola Nacional de Desenvolvimento da Universidade de Pequim. Foi vice-presidente sênior e economista-chefe do Banco Mundial.

Contexto

Em 2021, o número de recém-nascidos na China foi de 10,62 milhões, um aumento líquido de apenas 480.000, o menor desde 1962. Muitos economistas acreditam que a vantagem demográfica da China, uma das importantes forças propulsoras do crescimento do país nos últimos 40 anos, pode acabar em breve, e isso terá um impacto negativo sobre seu crescimento a longo prazo. Em uma entrevista recente, Justin Lin Yifu contra-argumenta que o declínio da população não terá nenhum impacto sobre as perspectivas econômicas do país asiático.

Pontos-chave

  • O declínio geral da taxa de crescimento populacional dificilmente influenciará a economia no curto prazo. É o crescimento ou declínio da população em idade ativa de trabalhar que contribui ou diminui o crescimento econômico. Poderia levar 15 anos até que uma taxa de natalidade em declínio levasse a uma diminuição da força de trabalho da população em idade ativa de trabalhar.
  • A longo prazo, o que importa para o crescimento econômico não é o volume da força de trabalho, mas sim a sua qualidade. A China pode eliminar o impacto negativo sobre uma força de trabalho em declínio por meio da educação.
  • Elevar a idade da aposentadoria é outra maneira de lidar com a escassez de trabalhadores. Na China, a idade de aposentadoria é de 60 anos para homens e 55 para mulheres, ao passo em que 65 anos é a média global.
  • Dentro de 15-20 anos, a economia da China dependerá principalmente de indústrias de capital e tecnologia, que exigem menos trabalhadores do que as indústrias de mão-de-obra intensiva.

Resumo

Além das pressões populacionais, há outros fatores que afetam a economia da China em 2022. Nos próximos meses, muitos países terão que enfrentar a pressão proveniente dos aumentos das taxas de juros do Federal Reserve dos EUA. Lin afirma que a China está mais bem preparada do que outros países em desenvolvimento para mitigar o risco de saída de capital devido às suas vantagens na gestão de fluxos de capital de curto prazo e a suas enormes reservas em moeda estrangeira. Como uma economia em recuperação, a China ainda tem um enorme espaço para expansão. Por exemplo, o governo pode implementar uma política fiscal proativa para melhorar tanto a infraestrutura digital quanto a urbana, e ao mesmo tempo usar uma política monetária mais flexível para alavancar o investimento privado na modernização de indústrias e na inovação. Lin acredita que esses movimentos estabilizarão o crescimento da China em 2022.

Documentário lançado sobre a abordagem de “tolerância zero” do PCCh à corrupção
Comissão Central de Inspeção Disciplinar do PCCh (CCDI, por sua sigla em inglês)
A Comissão Central de Inspeção Disciplinar do PCCh (CCDI) é o mais alto órgão disciplinar da China que inspeciona a política do PCCh, fortalece a construção do Partido e organiza o trabalho anticorrupção.

Contexto

Em janeiro deste ano, um documentário anticorrupção de cinco episódios denominado "Tolerância Zero", produzido conjuntamente pela Comissão Central de Inspeção Disciplinar (CCDI) e a mídia estatal CCTV, se tornou viral na internet. Desde o 18º Congresso do Partido Comunista em 2012, o Presidente Xi Jinping lançou a campanha anticorrupção. O documentário destacou 16 casos detalhados mostrando a atitude de "tolerância zero" do PCCh em relação à corrupção e sua determinação de lutar contra ela. Um caso típico é sobre Zhou Jiangyong (周江勇), ex-membro do Comitê Permanente do PCCh da Província de Zhejiang e ex-secretário do Comitê Municipal do Partido de Hangzhou, sede da gigante tecnológica chinesa Alibaba. Uma acusão notável é que ele "conspirou com o capital e apoiou sua expansão desordenada".

Pontos-chave

  • Como um quadro de alto escalão promovido após o 18º Congresso do Partido Comunista, Zhou serviu como o Primeiro-em-Comando (一把手 yī bǎ shǒu) nas cidades de Zhoushan, Wenzhou e Hangzhou em Zhejiang, mas foi gradualmente corrompido pelo poder.
  • Zhou se envolveu na corrupção familiar, usando seu poder público para ajudar seu irmão Zhou Jianyong(周健勇) com seus negócios. Zhou Jiangyong usou sua influência para obter terras gratuitas para a companhia que seu irmão fundou. Ao trocar poder por dinheiro, eles receberam mais de 7 milhões de yuan como recompensa lucrativa.
  • Depois de assumir o cargo do Secretário do Comitê Municipal de Partido da cidade de Zhoushan, Zhou Jiangyong ajudou vários empresários a lograr contratos de projeto usando seu irmão como "firewall" para escapar da supervisão. Entre 2013 e 2017, Zhou Jianyong recebeu mais de 90 milhões de yuan em "comissões" de Shi Shihong, um homem de negócios.
  • Com a ajuda de Zhou Jiangyong, seu irmão cofundou uma empresa de tecnologia e investiu em projetos de pagamento móvel para o transporte metroviário. Algumas empresas compraram ações desta companhia de tecnologia a preços obviamente inflacionados, enquanto Zhou Jiangyong as ajudou a obter tanto terras a baixo preço como políticas preferenciais.
  • Em agosto de 2021, Zhou Jiangyong foi submetido à investigação depois de muitas pessoas haverem denunciado seus crimes de corrupção ao governo. No dia 26 de janeiro de 2022, ele foi expulso do Partido e dos órgãos públicos.

Resumo

A narração do documentário diz que o PCCh está consciente do fato de que o maior desafio para a liderança abrangente e de longo prazo do Partido é a supervisão do poder. O poder público deve pertencer ao povo e assegurar o bem-estar do povo. O documentário cita Xi Jinping ao dizer: "A luta entre a corrupção e os esforços anticorrupção continuará a existir por um longo período ainda por vir… devemos estar cientes das dificuldades e seguir em frente".

O início do Marxismo na China: da Insurreição de Nanchang à Base Revolucionária da Montanha Jinggang
Shi Zhongquan
Shi Zhongquan (石仲泉) é ex-diretor adjunto do Escritório de Pesquisa de História do Partido do Comitê Central do Partido Comunista da China.

Contexto

Desde a Insurreição de Nanchang (南昌起义 nánchāng qǐyì), em 1927, até a fundação da Base Revolucionária na Montanha Jinggang (井冈山 jǐnggāngshān), entre 1927 e 1929, o Partido Comunista da China (PCCh) explorou gradualmente um caminho revolucionário diferente das revoltas armadas urbanas da Revolução Russa de 1917. Esse novo caminho foi definido pela realidade chinesa e marcou o capítulo inaugural do Marxismo na China. Em 1924, sob a orientação da Terceira Internacional (Comintern), o Partido Kuomintang (KMT) e o PCCh cooperaram para lançar a Grande Revolução Chinesa (1925-1927大革命dà gémìng) para derrubar as potências imperiais e os caudilhos militares de Beiyang (北洋军阀 běiyáng jūnfá). Entretanto, em 1927, o KMT desertou e os comunistas foram massacrados. Em seu artigo, Shi Zhongquan explica em detalhes como, após o fracasso da Grande Revolução Chinesa, o PCCh devastado encontrou outra saída, levando a uma reviravolta na sinicização do Marxismo.

Pontos-chave

  • A Insurreição de Nanchang de 1º de agosto de 1927 foi o início da resistência armada do PCCh ao KMT e da liderança independente da Revolução Chinesa por parte dos comunistas, o que levou à criação do primeiro exército popular (人民军队 renmín jūnduì).
  • Após a Grande Revolução Chinesa (1925-1927) e sua derrota, e no proveito da experiência histórica das revoltas camponesas na China antiga, a ideia de "ir para as montanhas" foi discutida dentro do Partido e gradualmente se tornou uma prática. Depois da fracassada Revolta da Colheita de Outono, liderada por Mao Zedong em outubro de 1927, Mao se dirigiu para a Montanha Jinggang, na fronteira entre as províncias de Hunan e Jiangxi. Ali se formou a ideia de Mao de um "regime independente de operários e camponeses armados" (工农武装割据 gōngnóng wǔzhuāng gējù).
  • Na Montanha Jinggang, também se desenvolveram as teorias do exército popular e da orientação militar, enfatizando a liderança política e ideológica do Partido sobre o exército, defendendo a implementação de um sistema democrático dentro da tropa, e estabelecendo as "três disciplinas principais" (三大纪律 sān dà jìlǜ) e "oito pontos de atenção" (八项注意 bā xiàng zhùyì) , uma doutrina militar que incluía uma série de regras que exigiam altos padrões de comportamento e respeito pelos civis durante a guerra. Isso pode ser considerado o protótipo da teoria militar marxista sinicizada.
  • Em abril de 1928, na área de base se lançou uma revolução fundiária em grande escala e se formulou a primeira lei da terra do Partido: a Lei da Terra da Montanha Jinggang (井冈山土地法 jǐnggāngshān tǔdì fǎ), que foi pioneira para a reforma agrária com características chinesas.
  • Na Montanha Jinggang, Mao Zedong propôs pela primeira vez a importância da construção ideológica do Partido, ou seja, todos os membros do PCCh devem estar munidos da ideologia proletária, o que foi um passo importante na sinicização da teoria marxista em termos da construção do Partido.

Resumo

A Base Revolucionária da Montanha Jinggang foi a primeira a ser liderada pelo PCCh e existiu durante 15 meses, abrindo uma nova direção para a revolução chinesa. Outras bases revolucionárias lideradas por Fang Zhimin no nordeste de Jiangxi, He Long no oeste de Huanan e Hubei, e Li Wenlin no sudoeste de Jiangxi também contribuíram para a criação do Marxismo sinicizado. É o auge da sabedoria coletiva de todo o Partido, com Mao Zedong como seu principal criador, juntamente com as contribuições de Zhu De, Chen Yi, Zhou Enlai, e outros revolucionários de geração mais velha.

(O “Vozes Chinesas” continuará a interpretar o contexto histórico e a lógica de desenvolvimento da sinicização do Marxismo)

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N.º 29 | 27.02.2022
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A Zhun

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N.º 35 | 27.02.2022
Política 4 Tempo para a Saúde
Ayhan Ghose
An Zhixing

Context

On February 6, Argentina and China signed a series of cooperation agreements, including a memorandum of understanding (MoU) to jointly promote the Belt and Road Initiative (BRI). Against the backdrop of the deterioration of China-US relations and the return of the Monroe Doctrine, the US has increased its intervention in Latin American countries, and the relationship between China and some Latin American countries has grown closer. Cao Ting's article analyzes the results of the increasing cooperation between China and Latin America through the BRI since Xi Jingping has become the top leader in 2012 and what has been driving this trend.

Key points

  • Since 2012, 21 Latin American countries have signed MoUs with China on BRI cooperation.
  • China's investment in Latin America has been shifting from reliance on energy resources to increasing industrial cooperation to promote diversified production, expanding into emerging areas such as smart manufacturing, power, and communications. As of August 2021, Latin American and Caribbean countries have established 34,633 enterprises and invested US$ 237.05 billion in China.
  • China continues to accelerate cooperation in Latin American countries, especially in the field of transportation, energy, and IT. For example, Huawei has nine data centers in the region: two each in Brazil, Chile, Peru, and Mexico, and one in Argentina. This is more than any other public cloud provider.
  • Financial cooperation between China and Latin America continues to deepen. China has set up RMB clearing banks in Argentina and Chile, and seven countries such as Brazil, Argentina, and Chile have joined the Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB).
  • From China's perspective, Chinese-Latin American cooperation can help the country's economic transformation and further development. For Latin America, one of the benefits is that BRI has increased the free flow of goods, capital, services, and labor in the region through infrastructure construction, which has accelerated Latin American integration.

Summary

According to Cao Ting, cooperation between China and Latin American countries is also facing challenges, such as China's lack of knowledge of Latin American national conditions and systems. The differences between Latin American countries and Chinese standards in taxation, labor, environmental protection, and legal norms have created difficulties in cooperation. Chinese-Latin American cooperation, however, has a solid foundation and huge room for growth. China and Latin American countries should cultivate high quality cooperation; an example of which is building a "green silk road" to create a number of model cooperation projects that promote local economic development, protect the local environment, and benefit the local people. Aiming to tap into common economic growth drivers, Chinese-Latin American cooperation could be a good model for fostering sustainable development in developing countries.

Depois do conflito Rússia-Ucrânia, a busca de Macron por “independência e autonomia” está ao virar da esquina?
Fã de Kong
profissionais da mídia francesa
俄乌冲突,让形势发生了逆转,也给德国的内政外交带来了转折性的变化。马克龙指望德国出钱,其实就要一个承诺。只要德国同意建立欧盟军队,那么我们可以找欧洲银行借钱嘛。大家都是债台高筑,虱子多了不咬,债多了不愁啊。先搞起来吧,美国靠不住啊!
para cima
A Zhun
null
Fuzi: Alguns estudos do sistema chinês superestimam a interação entre o governo central e o Estado
Fuzi
Cientista político
有些关于中国政治体制的研究,过度关注地方和部门的交锋,夸大了中国决策过程中的权力斗争和相互扯皮,却忽略了不同部门在交锋的过程中,也讲清了问题,揭示了各方立场,明确了各方权责。

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N.º 34 | 20.02.2022
Ainda não o sabe Biden, os chineses conquistaram completamente o Trump.
Paul Krugman
Professor da Universidade da Cidade de Nova Iorque, Prémio Nobel da Economia
特朗普在中国人眼里可能是个傻子,但民主党的任何行动,只要可能被视作给中国的礼物,都会招来共和党的抨击,即使继续特朗普的关税政策对我们的伤害大于对中国政府的伤害。
A nova coroa irá desaparecer em março de 2022?
Wu Zunyou
Especialista Chefe em Epidemiologia, China CDC
现在有多个团队正在研究如何进一步完善现有的防控措施。完善后的防控措施既不是现在简单的常态化防控动态清零,也不是简单的“躺平”。它既能保证我们的疫情得到控制,实现人民至上、生命至上的价值取向,同时又能够保证正常的国际交往、经济发展。

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No. 28 | 20.02.2022
Vozes Chinesas – N.º 28
20.02.2022
Como funciona o Novo Sistema para Toda a Nação da China: Um estudo de caso sobre o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19
N.º 33 | 20.02.2022
O Presidente argentino Alberto Fernandez visita o Museu Memorial do Presidente Mao Zedong em 5 de Fevereiro de 2022. [Casa Rosada]
Fantasma da Asa Lunar: Quem diria que decifrou o código anti-China da mídia japonesa
Fantasia da Asa Lunar-P
北京冬奥会顺利举办,雅虎新闻却依旧是大家熟悉的样子,对中国抗疫状况与本国形成的强烈对比避而不谈,仍然按照既定的议程设置,谈及中国必定“新疆、台湾、俄罗斯”一键三连。

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No. 28 | 09.01.2022
Foto aérea tirada em 28 de abril de 2020 mostra uma visão de um local de realocação de alívio da pobreza para o povo Baiku Yao no condado de Nandan, região autônoma de Guangxi Zhuang, no sul da China. [Xinhua/Cao Yiming]
Entendendo a escalada da Nova Guerra Fria
Wen Tiejun
Wen Tiejun (温铁军) é especialista em questões rurais da China e professor da Universidade Renmin.

Diante da ideia confrontativa de "Nova Guerra Fria" lançada pelos Estados Unidos nos últimos anos, Wen Tiejun analisa o surgimento de suas características, e a evolução histórica da Guerra Fria original. Aparecendo pela primeira vez em 2001, o conceito tem suas raízes no "choque de civilizações" de Samuel P. Huntington, que defendia que as guerras no pós Guerra Fria seriam travadas entre culturas, e não entre países. Sobretudo a partir de 2018 e 2019, a Nova Guerra Fria tornou-se um conceito ideológico formulado por um grupo de político que havia vivenciado a Guerra Fria, incluindo Bannon e Pompeo. A era da Nova Guerra Fria tem sido marcada por incidentes desmedidos, incluindo o fechamento dos consulados chineses nos EUA e restrições à entrada de familiares dos quadros do Partido Comunista da China no país. Ao contrário da Guerra Fria, que se deu na fase do capitalismo industrial predominante, a Nova Guerra Fria está ocorrendo na era do capital financeiro. O sistema financeiro global é dominado pelo dólar estadunidense, que se tornou a divisa de liquidação e reserva do comércio global. Além de sua moeda, os EUA mantêm sua hegemonia através de seu sistema militar, discursivo e institucional. No entanto, a credibilidade do dólar estadunidense vem diminuindo desde a crise financeira de 2008. Por outro lado, a China aumentou sua escala de produção, expansão de capital e internacionalização do Renminbi, representando um desafio para o dólar estadunidense. Por exemplo, com a promoção da Iniciativa do Cinturão e da Rota (Belt and Road Initiative), a China estabeleceu acordos bilaterais de troca de câmbio e investiu substancialmente na África e na América Latina. Estas ações fizeram com que os EUA vissem o país asiático como seu inimigo. De acordo com Wen, devido ao culto consolidado à ideologia e às instituições estadunidenses, a China não está preparada para lidar com o desafio da Nova Guerra Fria do ponto de vista ideológico, institucional e retórico. Wen sugere que a China deve levar a sério as lições resultantes das sanções ocidentais, fazer ajustes ideológicos, de ação e estratégico diversos, e estar preparada para três anos de tempos difíceis, como propôs o governo central.

Por que não há favelas urbanas na China
Lü Xinyu
Lü Xinyu (吕新雨) é professora e diretora do ECNU-Cornell Center for Comparative Humanities, Universidade Normal do Leste da China.

O governo chinês está comprometido com a revitalização do campo e com a redução da lacuna entre as rendas urbana e rural e da discrepância entre seus processos de desenvolvimento. Lü Xinyu aponta que o problema do desenvolvimento sem coordenação entre as áreas urbanas e rurais ainda existe globalmente. Nenhum país, nem mesmo os desenvolvidos, jamais concluiu totalmente seu processo de industrialização e integração campo-cidade. Por exemplo, os conflitos raciais nos EUA atuais estão enraizados em questões agrárias e camponesas. Como a modernização do campo expulsou os agricultores das plantações do sul e em direção às cidades, as questões do campo foram transformadas em conflitos urbanos e raciais. Na China, no entanto, as pessoas não viram o surgimento de favelas urbanas, mas, em vez disso, houve um estreitamento do fosso entre as áreas urbanas e rurais. De acordo com Lü, esta realidade indica que a China não está aderindo ao caminho ocidental da urbanização. Dois tipos de sistemas de propriedade de terra coexistem nas cidades e no campo chineses: a terra urbana é propriedade do Estado e a terra rural é propriedade de coletivos rurais. Graças ao sistema socialista de distribuição de moradia, a habitação urbana foi igualmente comercializada e capitalizada para que todos tivessem um lugar para viver. Nas áreas rurais, desde que o sistema de responsabilidade contratual foi oficialmente estabelecido em 1982, a propriedade coletiva de terras rurais tem sido uma parte essencial do sistema socialista chinês, no qual os direitos de propriedade de terra dos camponeses e da comunidade são protegidos. A China está atualmente impulsionando a transferência dos direitos de gestão sobre as terras rurais contratadas, a fim de maximizar um retorno cada vez maior sobre as terras rurais ociosas, resultantes da migração rural para as cidades. A autora adverte que a mudança poderia levar ao surgimento de favelas nas cidades chinesas se um grande número de agricultores sem terra fluísse para as cidades sem emprego. Ela propõe um conceito de "Neorruralismo" como uma forma de reconstruir as relações urbano-rurais e abordar o problema do desenvolvimento descoordenado.

A política por trás do “metaverso”
Xiong Jie
Xiong Jie (熊节) é pesquisador sênior e especialista em transformação digital do Instituto de Desenvolvimento de Qualidade de Sichuan.

A lei antimonopólio viu sua primeira emenda em 13 anos, respondendo especificamente às práticas monopolistas da economia digital. Embora existam especialistas do Direito os quais afirmam que as penalidades antimonopólio para plataformas digitais não funcionam, Xiong Jie contra-argumenta em uma entrevista que a governança na China sempre foi um processo de orientação, experimentação e resposta. Esta lei se tornará um novo desafio para as plataformas, sobretudo em termos da definição e gestão da propriedade dos dados. Uma vez que os dados e o tráfego são criados pelos usuários, e as empresas da plataforma também são coletores e usuários deles, onde estarão os limites de seu uso? A legislação ajuda a ensinar ao público, às plataformas e a todas as partes envolvidas sobre os "jogos" de que todos estão participando. Nesse processo, os limites são esclarecidos e novas regras são geradas, e isso é uma manifestação da democracia socialista. Recentemente, o conceito de "metaverso" (元宇宙 yuán yǔzhòu) – impulsionado pelo fundador do Facebook Mark Zuckerberg – tem atraído muita atenção. Segundo Xiong, esse conceito é parte de uma mentalidade colonial que procura criar uma "terra sem lei", a fim de definir as regras e monopolizar a sua interpretação. Na China, a internet não consiste em um lugar fora do âmbito normativo, mas sim uma parte integrante de todo o espaço social, e o país tem que regulamentá-la com o princípio da justiça, da democracia e da prosperidade comum. Embora promovam o "espírito da livre internet", gigantes ocidentais do setor têm intervindo na política, manipulado eleições presidenciais, e mantido laços estreitos com o governo e os militares. O Google, por exemplo, está intimamente associado à pesquisa financiada pelos militares estadunidenses. Xiong acredita que a raiz da governança da internet está na racionalização dos direitos de propriedade dos dados, e na distribuição dos direitos de posse, uso, alienação e receitas derivadas destes. Em comparação com o Ocidente, a China tem a vantagem de possuir um sistema político que lhe permite fazer inovações e avanços a partir dos interesses fundamentais do maior número de pessoas, usando um modelo de governança científica e as vantagens da infraestrutura de informação.

O desafio do programa Starlink para a segurança espacial internacional
Yu Nanping
Yu Nanping (余南平) é professor do Instituto de Relações Internacionais e Desenvolvimento Regional da Universidade Normal do Leste da China.
Yan Jiajie
Yan Jiajie (严佳杰) é doutorando no Instituto de Relações Internacionais e Desenvolvimento Regional da Universidade Normal do Leste da China.

Satélites da SpaceXfabricante aeroespacial estadunidense fundada por Elon Musk – se aproximaram da estação espacial chinesa duas vezes em 2021, colocando em risco a segurança e a saúde dos astronautas a bordo. O programa Starlink, o conjunto de satélites de internet proposto pela SpaceX em 2015, trata-se de um passo fundamental na implementação do plano espacial estratégico dos Estados Unidos. O programa espera lançar 12.000 satélites de órbita baixa da Terra (LEO, por sua sigla em inglês) até 2027, atingindo um total de 42.000 satélites na terceira fase do projeto. Até 24 de março de 2021, a empresa havia lançado com sucesso 25 lotes, em um total de 1.385 satélites. Yu Nanping e Yan Jiajie observam que o impacto do programa Starlink sobre as questões de segurança nacional e internacional não recebeu atenção suficiente. Com um relacionamento de longa data com os militares estadunidenses, a SpaceX adotou um modelo "civil voltado para o militar" (民转军用 mín zhuǎn jūnyòng) em vez do "militar voltado para o civil" ( 军转民用 jūn zhuǎn mínyòng) característico da indústria aeroespacial estadunidense no século XX. Por exemplo, em 5 de outubro de 2020, a SpaceX assinou um contrato de 149 milhões de dólares estadunidenses com a Agência de Desenvolvimento Espacial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, com o objetivo de construir para os militares quatro satélites de detecção e rastreamento de mísseis balísticos e mísseis hipersônicos. O programa Starlink, portanto, tem implicações estratégicas e militares significativas por trás dele. Se este programa for aplicado em grande escala às Forças Armadas dos Estados Unidos, aumentará ainda mais as suas capacidades de comunicações por satélite e de combate não pilotado. De acordo com os autores, os mais de 40.000 satélites – o equivalente a 40.000 câmeras fotográficas de alta definição lançadas no espaço permanentemente – podem representar uma enorme ameaça à segurança e à defesa nacional de outros países. Todos os satélites que cobrem um país terceiro são qualificados para realizar serviços de internet via satélite dentro desse território, sem estarem sujeitos a sua supervisão e regulamentação nacional. Portanto, o Starlink, como um serviço de internet via satélite dos Estados Unidos, pode obter informações sobre outros países, desafiando sua soberania nacional. O grande número de satélites do programa Starlink representará um enorme desafio para o uso pacífico do espaço sideral, ameaçando a existência de outros satélites e comprometendo o plano da humanidade de lançá-los em órbitas superiores. Também irá pôr em significativo risco a exploração e a pesquisa científica da comunidade astronômica, o que afetaria negativamente a prevenção de desastres naturais e a observação meteorológica.

O Legado de Zhou Enlai na Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI)
Han Tongyou
Han Tongyou (韩同友) é membro do Comitê Permanente do Comitê do Partido e vice-presidente da Universidade Normal de Huaiyin.
Xu Zhengfei
Xu Zhengfei (徐正飞) é diretor do Escritório de Assuntos Acadêmicos do Instituto de Tecnologia de Huaiyin.

O dia 8 de janeiro deste ano marca o 46º aniversário do falecimento do primeiro-ministro Zhou Enlai. Em seu artigo, Han Tongyou e Xu Zhengfei assinalam que, durante seus mandatos como Primeiro Ministro (1949-1976) e Ministro das Relações Exteriores (1949-1958) da República Popular da China (RPC), Zhou visitou pessoalmente mais de 18 países ao longo do "Cinturão e Rota" (一带一路 yīdài yīlù), tradicionalmente conhecido como Rota da Seda, e estabeleceu relações diplomáticas com mais de 36 países. Isso criou um novo caminho para a diplomacia chinesa e teve um impacto prático na implementação da nova Iniciativa do "Cinturão e Rota" (BRI, por sua sigla em inglês) e na promoção de uma comunidade de futuro compartilhado pela humanidade (人类命运共同体 rénlèi mìngyùn gòngtóngtǐ). Han e Xu destacam três características principais das atividades diplomáticas de Zhou ao longo do Cinturão e Rota. Em primeiro lugar, Zhou sintetizou patriotismo e internacionalismo. Nos primeiros anos da fundação da RPC, o país havia adotado uma política externa desequilibrada, apenas construindo relações internacionais dentro do campo socialista. Zhou defendeu o espírito do internacionalismo, a estruturação de uma frente unida, e o apoio ativo à independência e às lutas de libertação do então chamado Terceiro Mundo, tais como as resistências à França no Vietnã, aos Estados Unidos na Coreia, e ao Reino Unido e à França no Egito. Ele também ajudou a fornecer assistência econômica e técnica ao Vietnã, Mongólia, Camboja e outros países asiáticos e africanos, e apresentou os Oito Princípios da Cooperação Técnica e Econômica, incluindo a não imposição de quaisquer condições. Em segundo lugar, Zhou enfatizou a importância do aprendizado e defendeu a apreensão das lições obtidas a partir dos pontos fortes de todos os países – não apenas da União Soviética, mas também dos pacíficos e neutros. Por exemplo, ele aconselhou aos artistas do Grupo de Música e Dança de Xinjiang em viagem à África que aprendessem do continente a partir de uma mente aberta e sem um ponto de vista vertical. Em terceiro lugar, Zhou Enlai empenhou-se em criar um ambiente internacional pacífico e estável. Com base nos preceitos de Lênin, Zhou apresentou criativamente os Cinco Princípios de Coexistência Pacífica (和平共处五项原则 hépíng gòngchǔ wǔ xiàng yuánzé), os quais aplicou para resolver problemas de fronteira com países vizinhos, como Myanmar, Nepal e Afeganistão. Os autores assinalam que as ideias diplomáticas de Zhou influenciaram profundamente a política chinesa. Entre elas, as concepções do líder quanto à coexistência pacífica e ao desenvolvimento comum são os objetivos fundamentais e de longo prazo do atual BRI chinês. Além disso, a visão de Xi Jinping de "construir uma comunidade de futuro compartilhado pela humanidade" é também uma continuação das ideias de diplomacia pacífica de Zhou.

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No. 27 | 02.01.2022
Os contêineres que transportam mercadorias para exportação são vistos no Porto de Qingdao, província de Shandong, no leste da China. [VCG]

Querido(a) leitor(a),

Para iniciar o novo ano, o coletivo editorial do Vozes Chinesas traz para você uma retrospectiva de 2021. Durante as nossas 26 edições, publicamos 130 artigos excelentes, originalmente escritos em mandarim. Caso você tenha perdido algum deles, aqui você encontrará seis dos nossos favoritos – uma combinação de insights aprofundados sobre a China, pensamento de autores influentes e análise de tópicos importantes. Um novo ano significa um novo capítulo. Em 2022, nós vamos continuar a compartilhar com você Vozes Chinesas importantes que contribuem para delinear a China atual.

—Dongsheng coletivo editorial

Os EUA estão tentando impedir a ascensão da China. Como a China alcançará sua meta para o “segundo centenário”?
Lin Yifu
Justin Lin Yifu (林毅夫) é diretor do Instituto de Nova Economia Estrutural, diretor do Instituto de Cooperação e Desenvolvimento Sul-Sul e professor e diretor honorário da Escola Nacional de Desenvolvimento da Universidade de Pequim. Ele foi vice-presidente sênior e economista-chefe do Banco Mundial

Em meio ao que o Presidente Xi chama de "mudanças profundas nunca vistas em um século" (百年未有之大变局 bǎinián wèi yǒu zhī dà biànjú), provocadas pela ascensão da China, pelo declínio do Ocidente e pela subsequente tensão entre os EUA e a China, como esta alcançará seu objetivo para o “segundo centenário” de se tornar um "país socialista forte, democrático, civilizado, harmonioso e moderno?" Do ponto de vista econômico, o Professor Lin argumenta que quando o PIB per capita da China atingir a metade do dos Estados Unidos, que entretanto perderá a vantagem tecnológica que usa para manter a China sob constrição, as relações China-EUA caminharão em direção a uma nova fase de aceitação mútua e coexistência pacífica. Por mais de quatro décadas, a China tem usado sua "vantagem de retardatária" – imitando, importando ou integrando tecnologias e indústrias existentes – para alcançar seu rápido crescimento. Atualmente, no contexto da repressão dos EUA contra as empresas tecnológicas chinesas, Lin argumenta que a China pode continuar a melhorar suas capacidades de inovação através da cooperação com países da Europa e Ásia, e pode impulsionar a inovação interna em áreas-chave através de um sistema chinês de abrangência nacional (举国体制 jǔguó tǐzhì). Apesar dos grandes desafios, como o envelhecimento da população, neutralidade de carbono e revitalização rural, a China ainda alcançará uma taxa de crescimento anual de pelo menos 6% até 2035, seguida por uma taxa de crescimento de 4% até 2049, quando atingirá um PIB per capita de metade do tamanho dos EUA e cumprirá sua meta do “segundo centenário”.

O próximo desafio da China: da segurança do alimento em direção à segurança da cadeia de alimentos
Chen Xiwen
Chen Xiwen (陈锡文) é membro do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo e presidente do Comitê Agrícola e Rural do Congresso Nacional do Povo

A China tem conferido grande importância a garantir a autossuficiência de grãos e a segurança absoluta dos alimentos básicos (口粮绝对安全 kǒuliáng juéduì ānquán). Durante seis anos consecutivos, a produção total anual de grãos da China permaneceu acima de 650 milhões de toneladas (2015-2020) e a produção per capita excedeu 470 kg, bem acima do padrão internacional de segurança alimentar (400 kg/capita). Entretanto, de acordo com Chen Xiwen, a dependência do país dos mercados internacionais dos principais produtos alimentícios continua elevada. Por exemplo, mais de 30% do açúcar, carne bovina e leite e 70% do óleo comestível são importados. Como um país com uma grande população, a dependência da China em relação à importação de alimentos representa uma variedade de riscos. No ano passado, durante a pandemia de COVID-19, 18 países restringiram as exportações de alimentos e outros produtos agrícolas, impactando a cadeia de fornecimento global e causando flutuações de preços significativas. Desde que a China se tornou uma sociedade moderadamente próspera (全面小康社会quánmiàn xiǎokāng shèhuì), Chen propõe que o conceito de "segurança do alimento" (粮食安全 liángshí ānquán) seja expandido para o conceito mais abrangente de "segurança de abastecimento alimentar" (食物供给安全 shíwù gōngjǐ ānquán). O país deveria melhorar sua própria capacidade de fornecimento de alimentos, especialmente em alimentos básicos importantes, como grãos, óleo e açúcar. Primeiramente, a China deve aderir estritamente ao mínimo de 1,8 bilhões de mu (120 milhões de hectares) estabelecido pela política da "linha vermelha" do governo. A terra arável do país é atualmente de 1,92 bilhões de mu (128 milhões de hectares), mas diminuiu em 113 milhões de mu (7,5 milhões de hectares) nos últimos dez anos. Para melhorar os níveis de produtividade agrícola, a China deve promover a inovação da indústria de sementes e o progresso na ciência e tecnologia agrícola. Por exemplo, a produção de milho da China de 6,32 toneladas por hectare (2020) é 9,3% superior à média mundial de 5,78 toneladas, mas permanece muito inferior à dos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Enquanto isso, o autor reconhece que a China não pode contar apenas com recursos internos para alimentar 18% da população mundial com apenas 9% do total da terra arável. Portanto, estabelecer uma cadeia de abastecimento alimentar internacional estável e segura é uma escolha inevitável e necessária.

A “vantagem de retardatário” da China em alcançar a neutralidade de carbono
Li Junfeng
Li Junfeng (李俊峰) é ex-diretor do Centro Nacional para Estratégia de Câmbio Climático e Cooperação Internacional

Uma semana antes da abertura da 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) em Glasgow, a China apresentou suas metas climáticas e planos de implementação às Nações Unidas. O país pretende atingir o pico de emissões de CO2 até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. Muitas pessoas, no entanto, permanecem céticas sobre se a China será capaz de cumprir seus compromissos. Li Junfeng acredita que o gigante asiático vai cumprir suas metas. Desde 2006, a China tem implementado medidas eficazes de redução de carbono, como a política de "controle duplo" de redução da intensidade e do consumo de energia com indicadores-chave de desempenho para todos os níveis de governos regionais. Em 2013, a maioria das províncias teve um crescimento mais lento das emissões de carbono, exceto para seis províncias e regiões autônomas, incluindo Ningxia, Xinjiang e Mongólia Interior. Com uma taxa de aumento das emissões de 2% ao ano, essas regiões foram responsáveis por 70% do aumento total das emissões do país. Embora o consumo de carvão da China tenha se recuperado entre 2017 e 2019, a taxa de crescimento da média anual de emissões de carbono vem se desacelerando, caindo de 12,7% no período do 10º Plano Quinquenal (2001-2005) para 1,7% durante o 13º Plano Quinquenal (2016-2020). Caso essa tendência continue, a China será capaz de atingir o pico de emissões em 2025. Além disso, Li afirma que a China possui "vantagem de retardatário" (后发优势 hòufā yōushì), o que significa que precisa atingir um nível per capita de pico mais baixo e pode usufruir de novas tecnologias energéticas de menor custo em comparação com os países desenvolvidos que atingiram o pico mais cedo. Por exemplo, os EUA atingiram seu pico de emissão em 2007 com quase 20 toneladas per capita, que é o dobro da China (10 toneladas per capita em 2019). Além disso, o custo da energia não fóssil na China, especialmente de energia renovável, caiu significativamente e se tornou mais competitivo – o custo unitário das células fotovoltaicas, dispositivos que convertem a luz solar em energia, caiu mais de 80% desde 2010. As condições para a paridade entre tais matrizes – quando o custo da energia limpa se torna igual ao das fontes convencionais de energia – já estão em marcha na maioria das regiões. Enquanto isso, a China detém a vantagem de possuir a maioria dos veículos elétricos do mundo. Juntos, esses fatores ajudarão a China a atingir a neutralidade de carbono até 2060.

Relações sino-russas e um novo paradigma da Eurásia
Feng Shaolei
Feng Shaolei (冯绍雷) é professor da Universidade Normal do Leste da China, diretor do Centro Colaborativo de Inovação para Cooperação e Desenvolvimento Periféricos e do Centro de Estudos Russos

O professor Feng Shaolei acredita que a retirada militar dos EUA do Afeganistão revela os entraves institucionais do Ocidente liderado pelo país norte-americano. As ações dos EUA não apenas levam seus aliados ocidentais a refletirem sobre as consequências de seguirem sua liderança, mas também fornecem aos países não ocidentais uma estrutura para pensar em caminhos alternativos em direção ao desenvolvimento independente. Feng ressalta que, por mais de duas décadas, não houve "reversão do processo Nixon", referindo-se aos esforços conjuntos dos EUA e da Rússia para inibir a China. Os EUA e seus aliados desencadearam uma série de grandes conflitos e crises, como a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Guerra do Iraque, as “revoluções coloridas", os conflitos na Ucrânia e as provocações contra a China no Mar do Sul da China e no Mar Oriental da China – o que vem gradualmente aproximando Rússia e China. Os dois países têm se tornado cada vez mais unidos na defesa dos princípios de governança, a fim de salvaguardar a soberania e resistir à hegemonia. Isso explica por que as tentativas de alijar as duas nações sempre fracassaram. Enfrentando a confrontação estadunidense, os países eurasianos unem forças sob a tendência de "nova neutralidade", como exemplificada pela proposta russa de "novo não-alinhamento". Feng sustenta que essa tendência indica o seguinte: primeiramente, a maioria dos países evitaria, a todo custo, um confronto baseado no alinhamento. Em segundo lugar, todas as nações e povos são livres para escolher seu próprio caminho de desenvolvimento. Terceiro, a política de "novo não-alinhamento" é uma posição pragmática mutuamente benéfica para todos os países. Em harmonia com esse fluxo, a estrutura institucional inclusiva da Iniciativa do Cinturão e Rota (Nova Rota da Seda ou Belt and Road Initiative) detém o maior potencial para o aprofundamento da cooperação eurasiática.

A prosperidade comum enfatiza o desenvolvimento econômico e a ética de trabalho socialista em vez de criar um “Estado de bem-estar social”
Lü Dewen
Lü Dewen (吕德文) é pesquisador do Centro de Administração e Pesquisa Rural da China, Universidade de Wuhan

Em uma recente entrevista à mídia, Lü Dewen aponta que os esforços da China no sentido de eliminar a pobreza absoluta e trabalhar em prol da prosperidade comum refletem a essência do sistema socialista sob a liderança do PCCh. Existe um debate vivo e contínuo sobre como alcançar a prosperidade comum, e se o PCCh deve se concentrar na distribuição primária, secundária ou terciária. O país está avançando por meio de uma série de reajustes em suas políticas econômicas e sociais voltados para remediar os impactos negativos das reformas anteriores baseadas no mercado, incluindo custos altos de habitação e ansiedade no setor da Educação. O objetivo da prosperidade comum é aliviar a polarização entre ricos e pobres. Segundo Lü, como a China acaba de ser definida como um país de renda média, o desenvolvimento econômico deve continuar a ser a tarefa central do PCCh. Enquanto sustenta um alto nível de desenvolvimento econômico, a China deve se concentrar na melhoria do sistema de distribuição primária, o que facilitará a transição de um número significativo de trabalhadores migrantes no país para se tornarem indivíduos de renda média. As distribuições secundária e terciária podem apenas desempenhar um papel suplementar. Lü também argumenta que a China deveria evitar a armadilha do assistencialismo e desencorajar a dependência exclusiva de auxílios (等靠要 Děng kào yào), a fim de alcançar a prosperidade comum. Um país socialista também enfatiza o conceito de que o trabalho cria satisfação, o que consiste em um valor fundamental do espírito socialista. Somente através da ética do trabalho árduo para a construção de uma sociedade socialista as pessoas se tornarão donas do país e, por sua vez, refletirão o gozo compartilhado da riqueza social.

Esta instituição liderada por Zhou Enlai é a chave para entender o “novo sistema para toda a nação”
Lu Feng
O Dr. Lu Feng (路风) é professor e supervisor de doutorado no Departamento de Economia Política, Escola de Governo, Universidade de Pequim. Ele também é diretor do Instituto Leo Ko-Guan para Negócios e Governo
As lideranças políticas da China propuseram a adoção de um “novo modelo de sistema para toda a nação” para “fazer grandes avanços e alcançar um desenvolvimento significativo”, tais como a inovação tecnológica substancial. Em seu artigo, o Dr. Lu revela como o Comitê Central Especial do Partido Comunista da China foi o órgão decisório por trás do projeto historicamente relevante “Duas bombas, um submarino, um satélite” dos anos 60, reconhecido como um exemplo de “sistema para toda a nação”. Essa instituição, autorizada pelas mais altas lideranças, tendo o Premier Zhou Enlai como seu diretor, foi responsável pela implementação e resultados do projeto. As atividades do Comitê refletiram o “sistema para toda a nação” da China durante a era de economia planificada do país. Este artigo examina o Conselho de Produção de Guerra e o Projeto Manhattan – os homólogos estadunidenses do Comitê durante a Segunda Guerra Mundial -, assim como a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA (DARPA, por sua sigla em inglês), que está ativa até hoje. Com base nas experiências históricas da China e dos EUA, o autor sustenta que o “sistema para toda a nação” é único e eficaz, sendo tanto adequado para os sistemas de economia planejada, quanto de mercado.

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